(2/3/2018) – Representantes de secretarias que integram o comitê gestor do Plano Estadual de Ações Integradas à Pessoa com Deficiência (Existir) visitaram nesta quarta-feira (28) as obras do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém. O CIIR será administrado pelo INDSH a partir deste mês.
A visita técnica foi solicitada por Daniele Khayat, diretora-geral do Núcleo de Articulação e Cidadania (NAC), do Governo do Pará, com o objetivo de informar aos participantes do Plano sobre o andamento da obra e mostrar as ações planejadas para o local.
“É muito importante que todos que trabalham diretamente com a pessoa com deficiência saibam o que está sendo feito. Afinal, são eles que vão atuar aqui. Pudemos ver de perto os espaços onde funcionará a triagem, reabilitação, radiologia, prótese e órtese, entre outros. Todos ficaram muito satisfeitos com o que viram, e ansiosos para o funcionamento”, disse Daniele Khayat. O CIIR está em fase final de construção, devendo ser inaugurado até o final do primeiro semestre de 2018.
Comodidade– O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação agregará, em um único espaço, assistência médica, odontológica, reabilitação, capacitação, oficinas para produção de próteses e serviço de apoio e diagnósticos. A instituição será administrada pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
O espaço é dividido em cinco módulos, totalizando 15 mil m² de área construída. No primeiro módulo funcionarão os consultórios médicos; no segundo, os setores de fisioterapia e reabilitação, e no terceiro será a área administrativa, com diretoria, almoxarifado e outras dependências. No quarto módulo ficará a oficina de próteses, espaço para realização de artes cênicas e biblioteca, e o quinto será dedicado à Ruína, prédio restaurado de uma antiga igreja construída em Belém pelos padres mercedários.
O complexo de reabilitação está instalado à margem da Baía do Guajará. Assim, a população ribeirinha também será contemplada com o atendimento do CIIR, que inclui o Centro Especializado de Reabilitação (CER IV) para deficiência visual, auditiva, intelectual e física; Oficina Ortopédica com dispensação, confecção, manutenção, ajustes de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção, ocular e auditiva, e o Centro de Especialidades Odontológicas (CEO II).
Referência – O CIIR será referência nesse tipo de assistência no País, contemplando ainda a inclusão social e cultural com atividades de arte e educação. “Vamos instalar uma biblioteca inclusiva para Braille e Libras (Língua Brasileira de Sinais). Teremos um laboratório de manipulação em argila e trabalhos manuais, além de aulas de dança e teatro. Essas oficinas são para garantir também a inclusão para os familiares das pessoas que precisam de reabilitação, que podem aguardar o paciente sendo atendido”, explicou a presidente da Fundação Cultural do Pará, Dina Oliveira.
De acordo com o último Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Pará possui uma população estimada em quase 8 milhões de habitantes. Desses, cerca de 24% (1,7 milhão) possuem algum tipo de deficiência, assim como 24% da população brasileira, o equivalente a 45,6 milhões.
O engenheiro civil Manoel Dantas, da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), acompanha as obras há dois anos, e informou que foram realizadas várias melhorias no decorrer da construção. “As obras são de responsabilidade da Seaster com a Sedop (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas), por isso conseguimos ampliar os espaços para maior locomoção da pessoa com deficiência, garantindo acessibilidade, em um local com ventilação e utilização de luz natural, além do reaproveitamento de águas pluviais para irrigação dos espaços verdes”, completou o engenheiro.
“A construção desse espaço é um grande avanço, que só foi possível através do Plano Existir. Esse é um dos governos mais acessíveis e sensíveis à pessoa com deficiência que o Pará já teve. Ainda temos muito ainda para avançar, mas é muito bom ver a valorização dessa parcela da população”, disse Iracy Tupinambá, coordenadora estadual da Pessoa com Deficiência da Sespa.
Plano Existir – Lançado em 2012 pelo governo do Estado, o Plano Existir é coordenado atualmente pelo NAC. O Plano tem o compromisso de garantir ações a partir dos eixos saúde, educação, acessibilidade e inclusão social, para a promoção dos direitos fundamentais da pessoa com deficiência, ampliando o acesso ao patrimônio cultural e fazendo com que ela se sinta integrada à sociedade.
Compõem o Comitê Gestor do Plano Existir representantes de 18 órgãos públicos: Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon); Companhia de Habitação do Pará (Cohab); Escola de Governança Pública do Estado (EGPA); as fundações Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), Carlos Gomes (FCG) e Cultural do Pará (FCP); Núcleo de Articulação e Cidadania (NAC); Imprensa Oficial do Estado (IOE); Universidade do Estado do Pará (Uepa); Defensoria Pública; Polícia Militar e as Secretarias de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop), de Educação (Seduc), de Esporte e Lazer (Seel), de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e de Saúde Pública (Sespa).
A diretora-geral do NAC informou ainda que já estão garantidos dois microônibus adaptados para transporte dos pacientes. O serviço será previamente marcado, e oferecido pela instituição administradora do centro.
Na próxima semana, Daniele Khayat participará de reunião com representantes da Semob (Secretaria Executiva de Mobilidade Urbana de Belém) para avaliar a possibilidade de ajuste de alguns itinerários de ônibus e pontos de parada, melhorando o acesso ao CIIR pelo transporte público.
(Fonte: Agência Pará)