Autores: Yago Moises Larrat; Arline Cybelle Barcellos Faccin; Alexandra dos Santos do Carmo; Leonardo Silva Lima; Lourival Freitas da Silva Netto; Giovani Luis Padão Merenda; Caio Vinícius Botelho Brito.
Afiliações: Hospital Jean Bitar; Governo do Estado do Pará; Instituto Nacional de Desenvolvimento Humano e Social.
Os eventos adversos, são entendidos por danos causados pelo cuidado à saúde, constituem-se em problema de ordem mundial, requerendo ações preventivas pelas repercussões financeiras e pela morbimortalidade.
A flebite enquadra-se no grupo de eventos adversos, sendo uma das complicações locais relacionadas ao uso de cateter venoso periférico. Consiste no processo inflamatório da camada interna das veias, tendo como principais manifestações clínicas: dor, edema, hiperemia e calor.
A farmacovigilância é considerada uma aliada no combate de eventos adversos, pois visa identificar, avaliar e monitorar a ocorrência dos eventos adversos relacionados ao uso dos medicamentos, com proposito de garantir que os benefícios relacionados ao uso desses produtos sejam maiores que os riscos por eles causados.
Com objetivo de identificar se os eventos de flebites estavam sendo notificados em sua totalidade foram obtidos dados da dispensação do medicamento Escina + salicilato de dietilamônio, medicamento utilizado para tratamento das flebites, e foi cruzado com os dados de notificações do núcleo de segurança do paciente, o qual monitora ocorrências de flebites.
Tal monitoramento é realizado com base nas notificações eletrônicas realizadas pelos profissionais de saúde no sistema de gestão da qualidade. Como resultado, foi identificado uma discrepância entre os dados notificados e a quantidade de medicamentos solicitados/ administrados no paciente.
De janeiro de 2021 a outubro de 2021 a média de notificações de flebite foi de 2, já a dispensação de escina no período foi em média 40 para o mesmo período. O cruzamento de dados teve fundamental importância para o planejamento estratégico do combate aos casos de flebite.
Como ação, foram realizados treinamentos para equipe assistencial, houve a alteração de diluição de alguns fármacos que geram flebite, criação de interação de processo entre a enfermagem e farmácia referente a liberação de medicamentos. Tais achados contribuem para dar visibilidade ao perfil da flebite e constituem-se em indicadores para intervenção.
Nesse sentido, emerge a importância da educação permanente como estratégia para sensibilização dos profissionais quanto à importância da notificação, bem como para ações educativas com vista à prevenção do agravo nos grupos mais expostos.