Implantação do Protocolo da linha de cuidado da cirurgia bariátrica como aliada no combate a incidentes cirúrgicos e pós-cirúrgicos no SUS

Autores: Yago Moises Larrat; Arline Cybelle Barcellos Faccin; Alexandra dos Santos do Carmo; Luciana Cristina da Costa Gomes; Giovani Luis Padão Merenda; Carlos Armando Ribeiro dos Santos; Caio Vinícius Botelho Brito.

Afiliações: Hospital Jean Bitar (Belém/PA); Governo do Estado do Pará; Instituto Nacional de Desenvolvimento Humano e Social.

No Brasil, o número de pessoas obesas tem crescido rapidamente, tornando a doença um problema de saúde pública. Em vista do combate à obesidade no estado do Pará, em 2019 foi criado o Programa Obesidade Zero, implantado no hospital público Jean Bitar, visando proporcionar à população obesa o acesso a cirurgia bariátrica.

Protocolo

No período de janeiro de 2019 a setembro de 2020, foram realizados 66 procedimentos. Destes, houve cinco reabordagens cirúrgicas, 14 complicações e seis óbitos (média de óbito de 9,09%). Conforme o surgimento de evidência e os indicadores institucionais específicos sobre o assunto em questão, foi identificada a necessidade de elaboração de um protocolo da linha de cuidado da cirurgia bariátrica, com objetivo de auxiliar as equipes nas tomadas de decisão, uniformizar condutas, contribuir com a segurança do paciente e, de forma indireta, reduzir custos nas instituições.

Como resultado, foram alinhados:

  • Os critérios de inclusão: Índice de Massa Corporal (IMC), idade e aspectos psicossociais.
  • Os critérios de exclusão: dependência química, distúrbios psicóticos graves, transtornos de comportamento alimentar, doenças cardiopulmonares, insuficiência orgânica, distúrbios psiquiátricos, doenças neoplásicas e falta de compreensão por parte dos pacientes e familiares sobre os riscos e mudanças de hábitos inerentes a cirurgia.

Assim, foram padronizados:

  • Os exames laboratoriais, de imagem e endoscópicos.
  • Definido o acompanhamento pela equipe multiprofissional, composta por psicólogos, médicos (endocrinologista, clinico, cirurgião, anestesista, cardiologista), enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas e nutrólogos.
  • Instruções multiprofissionais especificas.
  • O tempo de acompanhamento pela equipe.
  • As técnicas cirúrgicas utilizadas.
  • Cuidados pré-operatórios e pós-operatório até a alta hospitalar.

Resultados

Como resultado da implementação do protocolo no período de outubro de 2020 a agosto de 2021, foram realizadas:

  • 144 cirurgias.
  • Quatro reabordagens cirúrgicas.
  • Sete complicações.
  • Dois óbitos (média de óbito de 0,72%).
  • Redução d)e custo por paciente de 52%.

Dessa forma, podemos concluir que a implementação do protocolo foi efetiva e refletiu na qualidade do atendimento na instituição de saúde.

O autor autoriza a publicação na íntegra e divulgação deste artigo nos canais de comunicação do INDSH, sem custos, com os devidos créditos, assumindo a responsabilidade total pelo conteúdo do material enviado.